É com grande tristeza que faço esta pública homenagem ao Senhor Rui Costa, o mais antigo funcionário da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, que conheci pouco depois do seu início de funcionamento, em 1997.

A tristeza é obviamente pela sua partida precoce para a Pátria Celeste na semana passada, na certeza de que muito ainda tinha para dar à sua instituição, se bem que me tivesse confidenciado o desejo de se reformar o mais depressa que fosse possível (como o compreendi e como me revi nas suas palavras depois porque, então, não percebera o seu significado…) e, sobretudo, a tristeza pelo sofrimento – físico e psicológico – de que foi vítima nos últimos tempos, durante os quais dois graves problemas de saúde contribuíram para este infausto desfecho, o primeiro deles – tendo sucedido dentro da própria Faculdade, o qual, como ele me disse com amargura meses mais tarde, nunca fora reconhecido como um acidente profissional – um enfarte do miocárdio que o atingiu num dia de trabalho pelas 9 horas, que eu presenciei ao chegar em tal momento à Faculdade (com os meus olhos que a “terra há de comer”, como se costuma dizer), mas do qual recuperara razoavelmente.

Recordo o funcionário cumpridor e zeloso, o funcionário bondoso e disponível, e com infinita paciência – para mim, por exemplo – em relação aos mais apressados e nervosos assuntos que a atividade quotidiana de uma faculdade sempre suscita na área financeira e dos aprovisionamentos.

Com a sua morte, sendo verdade que se abreviou o seu sofrimento – e deixando aqui as minhas condolências à sua família, aos seus amigos e aos membros da comunidade académica que o trataram bem, e não o esquecendo nas minhas orações ao Senhor da Glória – não é menos verdade que “morreu um pouco” também esta jovem Faculdade, que nos últimos tempos já viu partir três das suas figuras proeminentes, os Professores Doutores Diogo Freitas do Amaral, António Manuel Hespanha e Carlos Ferreira de Almeida.

Requiescat in pace!

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